quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Leve Bruma

Por que Leve Bruma? 
Pouca gente sabe, mas eu escrevo. Escrevo muito. Seja por gosto ou por necessidade, escrevo. Escritas livres e despretensiosas fazem parte desse sujeito que aqui se apresenta. E não poupo palavras, não sou sucinta. Não sei sintetizar, porque sempre há algo que escapa, e tudo vira "textão"...
Há algum tempo eu queria um lugar para minhas "escrevescências", e desse desejo surge esse espaço: Leve Bruma, como um lugar de fala, e sobretudo de trocas. Espero compartilhar aqui um pouco de tantos universos que me atravessam enquanto sujeito, enquanto psicóloga, enquanto eterna estudiosa da subjetividade, das relações humanas, da cultura, da arte, da psicanálise...
Leve Bruma é a tentativa de realizar aproximações, de nomear algo que ainda não sei bem o que é. 
Eu queria um nome que fosse poético e que traduzisse se possível, ou remetesse a algo que diz do inconsciente... foi um processo longo, enquanto eu realizava essa busca, pois nenhum nome se aproximava o bastante ou soava com fluidez.
Surgiu então, na minha mente: "Leve Bruma", em uma clara referência à belíssima música Anunciação, de Alceu Valença, que bem no início diz: "na bruma leve das paixões que vem de dentro, tu vens chegando pra brincar no meu quintal..."
Essa música sempre me remetia a uma ideia de amor romântico, assim como muitas outras histórias, poemas, e criações que falam também de amor. Mas também como toda a arte, ouso dizer, está também aberta a interpretações. Assim a arte vive, se reinventa, se metamorfoseia e ecoa em cada um de nós.
A obra, na minha leitura, fala de afetos. Pode ser que fale também do inconsciente, afinal há uma bruma que nos impede de acessá-lo no que diz de sua realidade crua, mas essa bruma não é tão densa que possa impedir que algo escape e nos salte aos olhos, pelas máscaras que veste ao atravessar cortinas de fumaça: pelo equivoco, pelo sonho, pelo sintoma, pelo chiste, pelo ato falho, pelas repetições, pela poesia, pela arte...
"Na bruma leve das paixões que vem de dentro..." não seria o inconsciente morada de tantos desejos, que nos movem, mesmo quando não há clareza se os buscamos ou se agimos para que nos escapem? Esses desejos, que tem algo de infantil, que demandam quereres e brincam conosco. Mesmo que ocultos na bruma leve, estão presentes e nos constituem a todo momento, nos engatam ao outro e a nós mesmos em percursos únicos, em eternas buscas de sonhos, ideais e sabe-se lá mais o quê. 
Leve Bruma, licença poética para essa livre associação, para infinitas interpretações, para a escrita e para a leitura, para a escuta... 
Nem precisa de muita explicação... esse nome também diz da íntima relação da psicanálise com a arte; da psicanálise como arte da escuta, na qual a posição do analista enquanto espectador de um discurso, lança um olhar que se faz presente para transcender a experiência do protagonista em cena,  e este pode reinventar-se a partir do seu lugar de fala, ao ver-se refletido no olhar do analista.
Leve bruma, a poesia enlaça a psicanálise, que flerta e faz amor com a arte desde o seu advento...

Esse espaço não tem o intuito de ser demasiadamente técnico ou de carregar um rigor teórico a priori, mas de passear pela psicanálise e outros discursos, deslizando entre seus sentidos. Apontar suas aproximações, distâncias, (des)enlaces.
Eu, na posição-sujeito "psicóloga escrevedora", ou tão somente escrevedora, me permito aqui brincar com a escrita, me lançar em devaneios, compartilhar ideias, ensaios, e o que mais transbordar nestes (des)caminhos de escrevivências.

Que este seja um espaço de diálogo, de trocas, de circulação de afetos, e acima de tudo: de acolhimento!
Aqui não serão tolerados discursos de ódio. 

Seja bem-vinda/o, quem vier por bem!

Quem sou eu?

Meu nome é Lahana Sambaquy Gomes, sou psicóloga em Caxias do Sul/RS, inscrita no CRP 07/29099.
Me graduei em psicologia na Universidade de Caxias do Sul (UCS) em 2018. Durante a graduação, aprofundei meus estudos em psicanálise, cujas teorias e técnicas orientam minha prática profissional. Também dediquei-me ao estudo das relações étnico-raciais, das relações entre cultura/arte e processos psíquicos; e à pesquisa em Análise do discurso francesa (AD). Com base em estudos de gênero, desenvolvi em um projeto interdisciplinar, o grupo de escuta Vozes do Feminino, cujas intervenções aproximam dispositivos de arte à psicologia.
Atualmente, trabalho com atendimento e psicoterapia individual de crianças, adolescentes e adultos; atendimento de grupos e assessoria a instituições. Além de voltar o atendimento a várias demandas de sofrimento psíquico, trabalho também com temáticas relacionadas a gênero, questões étnico-raciais, LGBTQIA+, dentre outras populações que vivenciam situações e violências geradas por qualquer tipo de preconceito.
Atendimento presencial e online.
Quer agendar uma consulta ou saber mais sobre atendimentos ou outros projetos? Entre em contato: lahanasambaquy.psi@gmail.com

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